O senador Paulo Paim (PT-RS) lamentou em Plenário nesta quarta-feira (21) a falta de acordo entre parlamentares e governo federal que impediu a inclusão de reajuste real para aposentados e pensionistas na proposta da Lei Orçamentária para 2012.

O aumento almejado era de 10% a 11%, sendo 6% referente à inflação deste ano.

Paim avisou que, entre os parlamentares que lutaram para que o reajuste fosse acatado pelo governo, há a disposição de obstruir a votação do Orçamento 2012, prevista para ir ao Plenário do Congresso Nacional até quinta-feira. Sem quórum, a aprovação do projeto pode ficar para o início do próximo ano.

Eu lamento muito. Tive esperança, achei que haveria uma carta na manga [do governo], mas nada.

Eu lamento porque cerca de oito milhões de pessoas aguardavam o dia 1º de janeiro para receber algo em torno de 11% de reajuste real, já que o salário mínimo vai receber reajuste em torno de 15%. Mas já podem ficar sabendo que isso não ocorrerá - afirmou o senador.

Segundo Paim, 80% dos aposentados e pensionistas do país recebem, hoje, de um a três salários mínimos.

Dessa forma, o impacto financeiro do reajuste não seria um obstáculo às contas da Previdência. Além disso, lembrou que já está previsto destaque para votação de reajustes dos servidores do Judiciário e do Legislativo.

O senador destacou ainda que, sem acordo, a votação no Plenário do Congresso Nacional será nominal, o que permitirá a todos os brasileiros identificar quem votou contra ou a favor de seus interesses.

Outro argumento usado por Paulo Paim na defesa do reajuste para aposentados e pensionistas foi o aquecimento da economia local.

O senador enfatizou em boa parte os aposentados, principalmente no Nordeste, são os provedores de suas famílias e que qualquer aumento concedido a eles é revertido em consumo direto. A justificativa é a mesma adotada pelos governistas para defender o aumento do salário mínimo.

Paim afirmou que ainda há a esperança de um entendimento de última hora, ou costurado durante o recesso, caso o Orçamento não seja mesmo votado esta semana.

Segundo ele, o Congresso Nacional aprovou tudo o que o governo pediu este ano e agora mereceria essa compensação, já que todos os parlamentares gostariam de poder anunciar o aumento aos aposentados do país.

Em aparte, o senador Jayme Campos (DEM-MT) apoiou a causa de Paim pelos aposentados e pensionistas.

O senador argumentou que o governo diz não ter dinheiro para conceder o reajuste, mas paga milhões em juros da dívida e para manter o superávit primário.